Considerado o principal meio de acesso e disseminação da informação científica, os periódicos têm como função divulgar as análises e resultados das pesquisas. A publicação dos resultados das pesquisas em periódicos da área, além de garantir a confiabilidade do trabalho proporciona a visibilidade destes resultados. Como forma de medir a visibilidade alcançada pelas publicações que indexam, algumas bases de dados disponibilizam indicadores da citação dos artigos publicados pelas revistas que indexam. A qualidade e a quantidade de bases de dados em que um periódico está indexado têm impacto significativo sobre sua visibilidade e amplia o potencial de citação dos artigos. A passagem dos periódicos da versão impressa para a eletrônica trouxe também a possibilidade de adicionar recursos web que podem auxiliar na visualização e na disseminação de seu conteúdo. Sendo assim, a motivação para a realização desta pesquisa está centrada em analisar a visibilidade dos periódicos científicos em acesso aberto indexados em bases de dados. E tem como objetivos específicos: a) identificar os periódicos científicos da área de ciência da informação em acesso aberto listados no Directory of Open Access Journals - DOAJ e indexados na base de dados Scopus; b) registrar a visibilidade dos periódicos; c) verificar o uso de recursos web pelos periódicos. O corpus da pesquisa é composto pelos periódicos da área de biblioteconomia e ciência da informação em acesso aberto indexados na Scopus. Para delimitação verificamos os periódicos de ciência da informação listados no Directory of Open Access Journals - DOAJ (116 periódicos) e os periódicos indexados no Scopus (124 periódicos) selecionando os títulos de periódicos que estavam em ambas as listagens (13 periódicos). O formulário de coleta de dados contempla cinco blocos de informações: a) identificação do periódico; b) características do periódico; c) recursos adicionais e; d) visibilidade. A análise geográfica mostrou que 53,9% dos periódicos são oriundos de países da América, 7,7% da Ásia, 30,8% da Europa e 7,7% da Oceania, cujo idioma predominante é o inglês (77%), seguidos dos periódicos em português (15,4%) e espanhol (7,7%). São periódicos criados pelas Universidades (30,8%), Institutos e órgãos de fomento a Pesquisa (30,8%), Associações profissionais (23,1%), e um publicado e editado por pesquisador da área e em maioria (77%) criados nos anos 90, apenas 23% foram criados nos anos 2000. O que indica a migração do impresso para o cenário digital e a idade como fator importante para conciliar os pressupostos do Acesso Aberto (DOAJ) e qualidade (SCOPUS). Dos periódicos estudados 46,1% informam em suas páginas algum tipo de patrocínio: a) governo federal, através de agencias e órgãos de fomento; e b) empresas e instituições privadas. Parte significativa (46,1%) são publicações trimestrais, havendo uma proporção igual de publicações quadrimestrais, semestrais e anuais (15,4% cada). Quanto a plataforma utilizada pelos periódicos: 69,2% utilizam plataforma própria desenvolvida e personalizada de acordo com os requisitos da instituição mantenedora; 15,4% utilizam a plataforma OJS e 15,4% utilizam além da plataforma OJS a plataforma Scielo. Em relação ao formato do arquivo em que os periódicos disponibilizam o artigo, 30,8% disponibilizam apenas em HTML e 30,8% somente em pdf. Há publicações que disponibilizam o texto completo em ambos os formatos (38,4%). Além disso, 46,1% dos periódicos também possuem uma versão impressa. Entre os periódicos que disponibilizam os arquivos em formato pdf (69,2%), 38,4% atribuem aos artigos o uso do identificador persistente, o identificador adotado é o DOI. A utilização da licença Creative Commons foi observada em 53,9% dos periódicos. No item visibilidade foi avaliado a classificação Qualis atribuída ao periódico e também o fator de impacto do periódico dentro da base de dados Scopus, expressos pelas medidas de Índice H, SJR e os quartis ambos consultados no SCimago. A média total do índice H é 5, no entanto observa-se a discrepância dos valores entre os periódicos: há 3 publicações com índices entre 21 e 29, 2 em uma faixa mais intermediária entre 9 e 10 enquanto os demais situam-se entre 1 e 5. Além disso, observa-se que há uma tendência de que quanto maior for o SJR maior é o índice H, embora não seja uma regra: há periódicos com um índice H menor e com SJR maior do que outros periódicos que possuem o número de citação mais elevado. Em relação ao SJR a maior parte dos periódicos encontra-se nos quartis inferiores (6 no Q3 e 2 no Q4) e que há 4 publicações no quartil superior. Se observarmos a classificação destes 4 periódicos que estão entre os 25% de maior SJR em 2010, constatamos que 2 deles são classificados como A2, 1 como B3 e que 1 sequer consta do Qualis. Em relação a comunicação de notícias de interesse da área verificamos que 38,4% dos periódicos possui uma espécie de canal ou de espaço de comunicação, chamadas de notícias ou anúncios. Verificamos que 30,8% dos periódicos possuem feeds RSS como forma de enviar comunicados sobre as atualizações em suas páginas. Quanto ao uso de ferramentas Web 2.0, dois dos periódicos analisados possuem blogs, um utiliza uma plataforma própria vinculada a página da revista e um utiliza o Blogspot; e um periódico possui uma página na rede social Facebook. Convém destacar ainda, a disponibilização de recursos web para compartilhamento (pelo leitor) dos artigos do periódico. Os periódicos cuja plataforma são o Scielo (15,4%) disponibilizam recursos para compartilhamento através da Indicação por e-mail e de um widget AddThis. Sendo assim, ainda que o modelo de Acesso Aberto permita aos periódicos a adoção de ferramentas web que possam auxiliar a promoção e a divulgação dos conteúdos publicados, e que o modelo de publicação eletrônica possa proporcionar outras formas de comunicação do conhecimento científico, para além do textual, percebe-se que em sua quase totalidade os periódicos não utilizam estes recursos, prevalecendo ainda no ambiente digital o modelo de publicação estabelecido no impresso.