Os arquivos abertos, com marco a partir da Convenção de Santa fé em 1999, tem relação com o moviento de acesso aberto. Enquanto o último possui aspectos mais políticos, os arquivos abertos, são mais técnicos, refere-se a orientações para implementação de iniciativas de disseminação científica (VAN der SOBEL, LANGOZE, 2000), que na maioria dos casos, estão em consonância com o movimento de acesso aberto.

Entre as iniciativas que implementam os arquivos abertos pode-se citar os periódicos, sites de eventos e repositórios. Implementado, com maior ou menor , ferramentas de apoio a submissão, armazenamento por longos prazos, facilidade de implementação de politicas gerenciais e, principalmente, a interoperabilidade.

A interoperabilidade, por sua vez, possui alguns aspectos, como destacados por Triska e Café(2001), para a sua efetiva implementação. Entre esses aspectos, pode-se citar a questão do uso de tecnologia XML, uso do protocolo OAI-PMH e conjunto mínimo de metadados. esse conjunto possibilita a troca de informações entre iniciativas de arquivos abertos, resolvendo questões técnicas e informacionais.

O conjunto mínimos de metadados, no entanto, enfrenta questões de padrão. Vários esquemas de metadados, atualmente estão disponíveis para uso, com finalidades diferentes. O LOM voltado para descrição de objetos de aprendizagem, Mets para objetos mais complexos,  MTD-BR,para descrição de teses e dissertações brasileiras. Dentre esses esquemas pode-se destacar o Dublin Core, pela sua simplicidade, flexibilidade e por ser o padrão mais utilizado na interoperabilidade.

Devido a variedade de esquema de metadados, muitos sistemas tornam-se multiesquemas, interoperando em vários esquemas. O DSopace (sistema para implementação de repositorios), antivamente, reponde a Dublin Core, qualificado ou não, Mets, RDF e DIM (DSPACE, 2011). Dessa forma, permitindo que a iniciativa se adeque as finailidades e esquemas de metados, de acordo com as características informacionais.

Se a escolha do esquema de metadados parece ser um problema, praticamente, resolvido, a normalização do conteúdo dos metadados revela-se mais complexo. A interpretação sobre, como? e, com o que? pode se preencher alguns campos, pode apresentar variações significativas, que interferem, não apenas na recuperação, mas em questões de interoperabilidade.

As diretrizes DRIVER (Digital Repository Infrastructure Version for European Research) são orientações direcionadas a provedores de conteúdo que visam melhorar a qualidade dos metadados fornecidos durante a catalogação, dos objetos digitais, em iniciativas de arquivos abertos. De origem européia, as deretrizes DRIVER, tem por proposta normalizar alguns campos de metadados baseados no Dublin Core.

Normaliza-se, dessa forma, principalmente os campos de idioma, tipo de objeto digital e direitos de acesso. Dessa forma, permite que se tenha padronizado os conteúdos desses campos, atendendo a questões práticas, como em qual idioma está o objeto digital, baseado em um padrão ISO com três caracteres, facilitando o entendimento com a utilização de um padrão que possibilita declarar inúmeros idiomas.

Esse aspecto permite a flexibilidade necessária os repositórios, pois não restringe o depósito de uma grande gama de tipos de documentos, apenas nomeia-os de maneira padrão. Diferenciando, nos metadados, aqueles objetos digitais de acesso restrito, pelo campo de direitos de acesso.

A implantação no Brasil, tem-se iniciado, nos repositórios acadêmicos participantes do projeto IBICT/FINEP/PCAL/XBDB nº 003/2009 destinado ao fomento para  construção de repositórios institucionais, orientado pelo IBICT. Esse projeto visa estimular universidades e institutos de pesquisas a implementar seu repositórios digital. Dessa forma, padronizar o conteudo de alguns campos de metadados para facilitar a interoperabilidade nos repositórios, já que essas iniciativas connteplam documentos que foram publicados em periódicos e em anais de congresso.

O primeiro repositório, totalmente, adequado às diretrizes driver é o Repositório da Universidade Técnologica Federal do Paraná. Sendo um processo posterior ao lançamento do repositório, necessitou de alterações, tanto nos programas, quanto nos metadados dos documentos já depositados. A adequação ao driver ocorreu em fevereiro de 2011.

Outros repositórios, por outro lado, nascem com as diretrizes DRIVER. Orientados pelo IBICT, que apresenta as vantagens de possuir conteúdo de metadados normalizados, que facilitam a interoperabilidade com sistemas indexadores europeus. Permintindo, também, que possa classificar o acervo por tipo de documento, que foi normalizado, verificando a quantativo de artigos, livros e outros.

A adesão às diretrizes permitirão a interoperabilidade seletiva, ou seja, como o campo tipo de documento foi normalizado, pode-se fazer uma coleta automática de metados (harvesting) por tipologia. Assim, em um repositório que contenha documentos não avaliados pelos pares, pode-se coletar apenas os documentos científicos.

A representatividade da produção brasileira no cenário mundial tem crescido com as iniciativas de acesso aberto. Assim, a inserção do Brasil em comunidades europeias pela indexação da produção científica eleva a posição brasileira no cenário científico.

Refêrencias

DRIVER, Directrizes driver 2.0: Directrizes para fornecedores de conteúdos - Exposição de recursos textuais com o protocolo OAI-PMH. Versão portuguesa, 2008

DSPACE. DSpace system documentation. version 1.7.2. Duraspace foundation, 2011.

Triska, R. Café, L.(2001) Arquivos abertos: um subprojeto da Biblioteca Digital Brasileira. In Ciência da Informação, 30(3) pages 92-96, Ibict - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia.

VAN der SOBEL, H.LAGOZE, C.; The Santa Fe Convention of the Open Archives Initiative. Dlib Magazine, vol. 6. n. 2, february 2000. Disponível em: <http://www.dlib.org/dlib/february00/vandesompel-oai/02vandesompel-oai.html>. Acesso em 26 Mar. 2007