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Revistas em acesso livre da Universidade de Aveiro: criar valor para a comunidade
Ana Bela Martins, Bella Nolasco, Diana Silva

Última alteração: 2013-07-26

Resumo


A implementação de uma plataforma integrada para disponibilização de publicações científicas e académicas produzidas na Universidade Aveiro (UA) surge da necessidade de reunir num único ponto a informação produzida pelos departamentos e unidades de investigação da UA, bem como responder à necessidade que foi sendo demostrada pelos editores das publicações em realizar mudanças à forma de publicação, à passagem para ambiente Web das mesmas e a promoção dos conteúdos publicados.
Num esforço integrado com os departamentos, as comunidades de investigação e  as unidades de apoio, as bibliotecas da UA avançaram em 2009 com a criação da plataforma Revistas em acesso livre da Universidade de Aveiro – http://revistas.ua.pt, baseada no software open source OJS – Open Journal Systems. 
A implementação da plataforma Revistas em acesso livre da UA e a seleção do software OJS possibilitou dar resposta a diversas questões nomeadamente: a disponibilização de informação na Web de forma integrada e dinâmica; a criação de workflows para o processo editorial das revistas; mecanismos que possibilitem a divulgação e o aumento da visibilidade das publicações, bem como  responder às questões ligadas à preservação digital dos conteúdos.
A presente comunicação tem como finalidade partilhar a metodologia aplicada pelas bibliotecas da UA na implementação da plataforma Revistas em acesso livre da UA, na definição de uma estratégia de proximidade com as equipas de edição e publicação e na aposta na criação de conteúdos de apoio para a promoção da informação e para a indexação das publicações em sistemas externos. 
Durante o processo de implementação da plataforma de alojamento de revistas e do acompanhamento feito aos editores das mesmas verificou-se que as publicações a integrar apresentavam caraterísticas diferentes e a estratégia prevista pelas bibliotecas da UA foi sendo adaptada às especificidades das publicações.
Foram identificadas revistas apenas publicadas em formato papel (versão impressa) que pretendiam em alguns casos eliminar a versão impressa a partir do momento em que a revista fosse publicada em ambiente digital e outras em que existe o interesse em manter ambas as versões. Em ambiente digital foram identificadas revistas que eram publicadas através de um site Web estático, sem qualquer tipo de descrição bibliográfica ou funcionalidades de interoperabilidade, que permitissem a integração com os motores de pesquisa na Web, etc. e que pretendiam avançar para a publicação via OJS. Para além destes, houve ainda casos em as revistas nasceram com a integração na plataforma Revistas em acesso livre da UA (OJS).
Neste cenário pouco homogéneo, as bibliotecas da UA têm tido um papel de mediação no processo de publicação, baseada na proximidade com os editores e na oferta de um serviço de formação e helpdesk.
De forma a tornar mais flexível o processo de passagem para o meio digital e a gestão do fluxo de edição foram criados pacotes que se ajustam às particularidades das revistas alojadas. A oferta de serviços personalizados foca-se no modelo de criação e gestão da revista que pode numa primeira fase passar por uma dependência de tarefas, concentrada numa única pessoa ou na equipa da biblioteca da UA ou, na adaptação imediata ao fluxo editorial do sistema de alojamento. 
A maioria das revistas alojadas não assumiram de imediato o controlo no fluxo de edição da plataforma, adaptando o processo de edição já praticado na publicação da versão impressa. Esta opção está relacionada com fatores como a falta de tempo dos editores e responsáveis para a adaptação ao sistema de publicação e a gestão online da revista e dificuldades na perceção do processo de auto submissão e configuração da revista na plataforma. 
Neste contexto as bibliotecas da UA ficaram, em alguns dos casos, responsáveis pela criação e configuração da revista na plataforma, carregamento dos números correntes e retrospetivos das publicações (para alguns casos houve mesmo a necessidade de digitalização dos originais), controlo de qualidade e uniformização dos metadados.
Os conteúdos foram disponibilizados em acesso aberto, sendo que o incentivo ao mesmo não foi considerado um aspeto crítico. O acesso livre à informação foi até ao momento uma decisão natural por parte dos editores e responsáveis pelas revistas. Em casos excecionais foi considerado o embargo, sendo os números retrospetivos inseridos na plataforma depois de ultrapassado o período definido para restrição de acesso.
A estratégia adotada pelas bibliotecas da UA passa também pela formação e incentivo à autonomização dos processos para editores e responsáveis das revistas, bem como pela criação de conteúdos de apoio sobre a indexação de revistas em bases de dados e/ou diretórios externos (Google Scholar, DOAJ – Directory of Open Access Journals, OAIster, etc.).
Pretende-se através do serviço de helpdesk e formação apoiar os editores na parametrização das revistas na plataforma, na comunicação com os agentes envolvidos no processo de submissão e revisão da publicação, na construção de mecanismos de divulgação e relançamento da revista em ambiente digital, aumentando assim, o impacto da produção e a visibilidade alcançada.

Palavras-chave


acesso aberto; publicação científica; open journal systems