A massificação da utilização de tecnologias digitais em instituições de ensino e investigação a nível mundial, bem como as alterações que se vêm produzindo nas formas de armazenar, preservar, aceder e partilhar a informação resultante das atividades científicas (desde os dados primários até às publicações como os artigos de revista), têm vindo a crescer em dimensão e em complexidade, de acordo com a própria evolução no meio científico.

Os repositórios de acesso aberto foram concebidos originalmente como uma forma de dar acesso imediato e amplo a trabalhos de investigação resultantes de atividades científicas, mas têm vindo a assumir-se cada vez como um importante componente da infraestrutura global e-Research.

Um potencial dos repositórios reside na possibilidade de interligação e integração com outros sistemas de informação para criar uma rede que pode fornecer um acesso integrado aos resultados de investigação e (re)utilização por máquinas e/ou investigadores. Por seu lado, os investigadores e os utilizadores de sistemas de informação em geral possuem expectativas bastante elevadas relativamente ao fornecimento e (re)utilização de conteúdos digitais. Para se alcançar esta meta necessitamos da interoperabilidade entre sistemas.

Este poster tem por objectivo fornecer através de casos concretos aplicados no RepositoriUM - Repositório Institucional da Universidade do Minho, uma  visão de formas de integração de repositórios de acesso aberto com outros sistemas de informação, a sua mais-valia, bem como identificar problemas e desafios neste domínio.

No contexto dos repositórios a interoperabilidade pode ocorrer de diferentes formas. Ao nível do sistema, interoperabilidade ocorre quando os repositórios são configurados de forma a permitir a recolha de dados ou objetos digitais dentro ou fora através de sistemas externos. A interoperabilidade através do protocolo OAI-PMH - que especifica critérios para permitir que sistemas externos acedam e recolham metadados - tornou-se um padrão no universo dos repositórios e quase todos os repositórios utilizam o OAI-PMH como base para a interoperabilidade.

Outros protocolos também tentam aproveitar o potencial da interoperabilidade através da criação de sistemas que são projetados para facilitar a partilha de conteúdos (e não apenas dos registros de metadados) entre os sistemas. Um desses protocolos, o Open Archives Initiative Object Reuse and Exchange (OAI-ORE), define as normas para a descrição e troca de agregações de recursos da web, por vezes chamados de objetos digitais compostos.

Outro protocolo, Simple Web-service Offering Repository Deposit (SWORD), permite que os autores depositem um artigo através de uma única interface e, em seguida, encaminhem o item para múltiplos repositórios. O objetivo do SWORD é diminuir potenciais barreiras aos depósitos, de tornar o processo mais transparente e mais simples para os depositantes. Para que qualquer destes protocolos seja viável, os sistemas devem ser configurados de forma consistente e interoperável.

Com o constante desenvolvimento de novas tecnologias e novas ferramentas, os repositórios devem ser capazes de suportar serviços muito mais complexos e inovadores que se baseiem em requisitos adicionais para a interoperabilidade.