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A PRESENÇA DAS EDITORAS UNIVERSITÁRIAS NOS ACERVOS DOS REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS
Flávia Rosa, Milton Shintaku, Rodrigo França Meirelles, Susane Barros, Caio Schwarcz Hoffmann

Última alteração: 2013-09-10

Resumo


Os repositórios institucionais têm se tornado uma vitrine da produção científica, em meio digital,de uma instituição. Em muitos casos, centrados na produção de artigos, disponibilizam os textos integralmente, ampliando a visibilidade tanto do autor quanto da instituição. Torna-se, assim, uma ferramenta importante para a promoção da produção científica. Nota-se, no entanto, que nem todas as disciplinas têm nos artigos de periódicos a principal forma de divulgação dos resultados de pesquisa. Algumas áreas, como as Ciências Sociais e Humanas valorizam mais a publicação de livros, sobretudo porque há uma relação com os critérios de avaliação dos programas de pós-graduação pela Capes e com critérios de agências de fomento. Além disso, os livros são uma importante fonte de consulta e têm sido publicados tanto em suporte impresso quanto digital, facilitando e ampliando assim o acesso aos seus conteúdos. Nesse sentido as editoras universitárias têm o papel fundamental de promover a difusão da produção científica. Caracterizam-se por abranger todas as áreas do conhecimento, publicando textos de qualidade, avaliados por pares e de autoria de pesquisadores com filiações institucionais diversas. Os avanços tecnológicos tanto possibilitaram a inserção das editoras universitárias no uso dos processos editoriais digitais quanto o aumento de visibilidade, acessibilidade, uso e impacto dos livros. Os repositórios podem, dessa forma, agregar valor aos objetivos das editoras porque além de disseminar têm também como função a preservação do conteúdo neles depositados. Revela-se assim uma complementaridade entre os papéis dos repositórios e dessas editoras.A comercialização dos títulos e adesão das editoras universitárias ao movimento de acesso aberto à informação científica pode parecer conflitante num primeiro momento. No entanto, como são parte de instituições sem fins lucrativos e como a maioria dos títulos são oriundos de pesquisas financiadas com recursos públicos, o interesse volta-se para a divulgação da produção científica da instituição,sua circulação e impacto, estando dessa forma em pleno acordo com os princípios do movimento do acesso aberto. O presente estudo tem por finalidade verificar a adesão de editoras ao movimento de acesso aberto à informação científica através da presença de títulos publicados em acervos de repositórios institucionais. Busca-se também conhecer a política das editoras voltadas ao depósito de livros e capítulos no repositório da instituição. Para tanto foram selecionados para compor a amostra 14 repositórios de universidades e instituições de pesquisa com maior número de itens disponibilizados e com coleções de livros e capítulos de livros. Esses 14 repositórios apresentaram um quantitativo pequeno de livros ou capítulos de livros depositados. O repositório da Universidade Federal da Bahia (UFBA) destaca-se por disponibilizar o maior número de livros e capítulos depositados - um total de 264 itens - seguido da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com 114, e da Universidade de Brasília (UnB), com 101. De modo geral, quanto a presença das editoras universitárias na composição dos acervos dos repositórios verificou-se que a maior quantidade de livros ou capítulos de livros depositados pertence às editoras das próprias universidades. Nesse caso, a Editora da UFBA (EDUFBA) destaca-se, não apenas por ter o maior quantitativo de livros e capítulos de livros depositados, mas também por estar presente nos repositórios da UnB e do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict). Nesse sentido, vale destacar que a coleção da EDUFBA no repositório da UFBA disponibiliza 230 publicações em texto completo. Revela-se o alinhamento dessa editora universitária ao depósito em repositório, por possuir uma política formal de acesso aberto. No entanto, não foi verificado um alinhamento de todas as editoras ao movimento de acesso aberto, sobretudo pela falta de políticas formais dessas editoras sobre a disponibilização desses conteúdos em repositórios. Mesmo com a baixa adesão das editoras na composição dos acervos dos repositórios das universidades considera-se essa contribuição valiosa tanto pelo enriquecimento do acervo quanto por minorar dificuldades de acesso às publicações. Tanto o repositório, quanto as editoras compartilham de objetivos comuns em disseminação do conhecimento. Contudo, ainda se faz necessária a definição de políticas explícitas das editoras para disponibilização de suas publicações.