Última alteração: 2024-06-12
Resumo
A importância da Ciência Aberta para avançar nas descobertas científicas, gerar conhecimento e impactar áreas como ciência, tecnologia, inovação e sociedade é inquestionável, (Rodrigues, 2022). Este estudo, realizado com pesquisadores de uma Universidade Federal no Nordeste brasileiro, teve como objetivo consultar pesquisadores sobre suas percepções acerca de movimento mundial de Acesso Aberto ao conhecimento científico, bem como conhecer suas possíveis práticas e necessidades informacionais em relação à Ciência Aberta e Dados Abertos. O escopo do estudo envolveu docentes, discentes de pós-graduação e técnicos administrativos da instituição, que já concluíram ou estavam em processo de desenvolvimento de pós-graduação (Mestrado ou Doutorado).
Método: utilizou-se de métodos qualitativos de pesquisa, inicialmentete com a revisão na literatura, sobre o histórico, conceitos e boas práticas relacionadas à Ciência Aberta. Na sequência, aplicou-se um questionário online composto por com 5 perguntas, nos formatos aberta e fechada. Todas as questões tiveram por objetivo identificar a percepção e familiaridade dos pesquisadores em relação à Ciência Aberta, gestão e compartilhamento de dados de pesquisa.
Resultados: O estudo contou com a participação de 76 pesquisadores voluntários provenientes das principais áreas do conhecimento: Ciências Sociais Aplicadas (46,1%), Ciências Exatas e da Terra (19,7%), Ciências Humanas 14,5%, Ciências da Saúde (10,5%), Engenharias (6,6%) e Ciências Biológicas (2.6%). Como resultados relevantes, destaca-se as respostas colhidas a partir das peguntas abertas, a saber: 1) “Você já ouviu falar em Ciência Aberta? O que entende por isto?” Todos os participantes responderam à esta pergunta. Obteve-se 47 afirmativas positivas com descrições declaradas pelos prórprios participantes acerca da sua compreenção sobre o tema em consulta. Cerca de 20 respondentes afirmaram não ter conhecimento sobre o assunto ou não souberam descrever do que se trata a Ciência Aberta e, finalmente, 09 participantes relevelaram nunca ter ouvido falar sobre o assunto. Inciou-se uma análise conceitual a partir das respostas obtidas na pergunta 2) “O que você entende por Dados abertos de pesquisa?” a partir das respostas, verificou-se uma compreenção dos participantes como sendo os dados resultantes da pesquisa, algo distante, por exemplo, da compreenção da Open Knowledge Foundation (2011), que indica os dados abertos quando “qualquer pessoa pode acessar, usar, modificar e compartilhar livremente para qualquer finalidade (sujeito a, no máximo, a requisitos que preservem a proveniência e a sua abertura).” A análise das respostas para a pergunta 3) “Onde você costuma armazenar os dados gerados durante o desenvolvimento das suas pesquisas?” revelou a opção Computador pessoal como a opção de maior prioridade indicada por (85,5%) dos participantes. Já (82,9%), selecionaram a opção Nuvens de servidores privados, como opção para guarda de dados, seguido de (55,3%) que apontaram os Dispositivos portáteis como o mais utilizado para o armazenamento dos dados de suas pesquisas. Quando questionados sobre 4)”Você já elaborou ou lhe foi solicitado um Plano de Gestão de Dados (PGD) para fins de documentar as suas pesquisas?” o feedback de (89,5%) dos participantes revelaram que nunca elaboraram um PGD. Em contra partida, (7,9%) declararam que já elaboraram um PGD por iniciativa própria. Por fim, questiou-se 5) “Você considera que a UFPE deveria oferecer serviços de apoio ao pesquisador sobre coleta, organização, arquivamento, preservação e compartilhamento de dados?”, de forma unânime, os participantes manifestaram interesse pela oferta de serviços para suporte à gestão, compartilhamento, uso e reuso de dados de pesquisas produzidas e desenvolvidas em suas instâncias.
Conclusão: Esta proposta de pôster apresentou uma consulta sobre a percepção dos pesquisadores da UFPE, baseado em cinco questões de pesquisa. De modo geral, percebemos que os pesquisadores conhecem a Ciência Aberta e estão dispostos a concordar com suas práticas, mas ainda não há apoio da universidade. Os pesquisadores acreditam que os preceitos da Ciência Aberta podem ser importantes para suas práticas, tornando suas pesquisas alinhadas ao movimento mundial de Acesso Aberto. Infere-se que um programa adequado de educação em Ciência Aberta na instituição se faz necessário e urgente.