Conferências Acesso Aberto, 15ª Conferência Lusófona de Ciência Aberta

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Avanço da Ciência Aberta: Integrando Princípios FAIR na Gestão de Dados de Pesquisa
Amanda Tavares Silva Lima Nascimento, Fabrício Rodrigues dos Santos Garrido, Raidan Cruz Silveira, Robson de Paula Araújo, Rogério Ferreira Marques, Zayr Claúdio Gomes da Silva

Última alteração: 2024-06-12

Resumo


O avanço das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação transformou o panorama da disseminação do conhecimento científico, superando obstáculos temporais e logísticos inerentes à publicação em papel. Este progresso acelerou a comunicação científica. A transição para o meio digital trouxe desafios em relação à preservação, organização e representação dos dados, desafiando a concepção tradicional de preservação como algo estático e imutável.

Os metadados surgem como elementos vitais para a organização eficiente e a recuperação de informações nos Repositórios Institucionais (RIs). Eles não apenas facilitam a gestão da informação científica, mas também contribuem para a qualidade e eficiência dessas plataformas. Essa importância é corroborada por Marcondes et al. (2005), destacando a necessidade de estratégias de preservação amplas e integradas.

A evolução da ciência, categorizada por Derek J. de Solla Price em "Little Science, Big Science" (1963), reflete mudanças sociais e tecnológicas após a 2ª Guerra Mundial, com o surgimento do termo "Big Data" e do movimento de acesso aberto. Esse contexto catalisou o desenvolvimento da Ciência de Dados e da Ciência Orientada por Dados, impulsionadas pela necessidade de gerenciar grandes volumes de dados.

O termo "dados", conforme explorado por Borgman (2015) e Bryson (2008), possui nuances significativas, oscilando entre evidências científicas e fatos concretos. Reflete-se  a multidisciplinaridade entre Biblioteconomia, Ciência da Informação e Ciência dos Dados, que busca a colaboração entre gestão de dados e gestão da informação, enquanto elementos fundamentais para a pesquisa científica no ambiente digital. Dados de pesquisa são essenciais para a validação científica (Borgman, 2015; OECD, 2007), representando observações ou objetos de investigação. A qualidade desses dados é vital para sua utilidade futura, e a ciência aberta, juntamente com os princípios FAIR (Findable, Accessible, Interoperable, Reusable), enfatiza a necessidade de uma gestão e compartilhamento eficazes desses dados, essenciais para a e-Science.

Nesse contexto, adotamos uma abordagem para examinar implicações referentes à preservação e à representação de dados de pesquisas científicas. Surgiram os Repositórios Digitais, facilitando o acesso e disseminação da produção científica. Consequentemente, surgem os RIs para atender essa demanda nas instituições de ensino e pesquisa, são fundamentais para promover uma comunicação científica aberta, transparente e acessível, estimulando o compartilhamento de dados e informações entre seus interagentes.

A criação da Rede Brasileira de Repositórios Digitais (RBRD) evidencia a importância da cooperação na gestão de RIs (2023). Além disso, os dados abertos, derivados de pesquisas científicas, são essenciais para o progresso científico e necessitam de uma gestão de dados e informação eficaz. Nesse cenário, o papel do Bibliotecário de Dados se torna decisivo, especializando-se na gestão de dados de pesquisa e na promoção da Ciência Aberta.

Por fim, os metadados, definidos como informações sobre dados, desempenham um papel decisivo na e-Science, garantindo a busca, o acesso e a reutilização eficientes dos dados de pesquisa. Essa relevância é reconhecida por organizações como a Metadata 2020, que enfatiza o papel dos bibliotecários na promoção de metadados de qualidade, sublinhando a necessidade de integração e colaboração contínua para otimizar a acessibilidade e a gestão da informação científica (Metadata 20, [s.d.]).

Palavras-chave


metadados; e-Science; princípios FAIR; repositório institucional.