Última alteração: 2024-06-12
Resumo
O avanço das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação transformou o panorama da disseminação do conhecimento científico, superando obstáculos temporais e logísticos inerentes à publicação em papel. Este progresso acelerou a comunicação científica. A transição para o meio digital trouxe desafios em relação à preservação, organização e representação dos dados, desafiando a concepção tradicional de preservação como algo estático e imutável.
Os metadados surgem como elementos vitais para a organização eficiente e a recuperação de informações nos Repositórios Institucionais (RIs). Eles não apenas facilitam a gestão da informação científica, mas também contribuem para a qualidade e eficiência dessas plataformas. Essa importância é corroborada por Marcondes et al. (2005), destacando a necessidade de estratégias de preservação amplas e integradas.
A evolução da ciência, categorizada por Derek J. de Solla Price em "Little Science, Big Science" (1963), reflete mudanças sociais e tecnológicas após a 2ª Guerra Mundial, com o surgimento do termo "Big Data" e do movimento de acesso aberto. Esse contexto catalisou o desenvolvimento da Ciência de Dados e da Ciência Orientada por Dados, impulsionadas pela necessidade de gerenciar grandes volumes de dados.
O termo "dados", conforme explorado por Borgman (2015) e Bryson (2008), possui nuances significativas, oscilando entre evidências científicas e fatos concretos. Reflete-se a multidisciplinaridade entre Biblioteconomia, Ciência da Informação e Ciência dos Dados, que busca a colaboração entre gestão de dados e gestão da informação, enquanto elementos fundamentais para a pesquisa científica no ambiente digital. Dados de pesquisa são essenciais para a validação científica (Borgman, 2015; OECD, 2007), representando observações ou objetos de investigação. A qualidade desses dados é vital para sua utilidade futura, e a ciência aberta, juntamente com os princípios FAIR (Findable, Accessible, Interoperable, Reusable), enfatiza a necessidade de uma gestão e compartilhamento eficazes desses dados, essenciais para a e-Science.
Nesse contexto, adotamos uma abordagem para examinar implicações referentes à preservação e à representação de dados de pesquisas científicas. Surgiram os Repositórios Digitais, facilitando o acesso e disseminação da produção científica. Consequentemente, surgem os RIs para atender essa demanda nas instituições de ensino e pesquisa, são fundamentais para promover uma comunicação científica aberta, transparente e acessível, estimulando o compartilhamento de dados e informações entre seus interagentes.
A criação da Rede Brasileira de Repositórios Digitais (RBRD) evidencia a importância da cooperação na gestão de RIs (2023). Além disso, os dados abertos, derivados de pesquisas científicas, são essenciais para o progresso científico e necessitam de uma gestão de dados e informação eficaz. Nesse cenário, o papel do Bibliotecário de Dados se torna decisivo, especializando-se na gestão de dados de pesquisa e na promoção da Ciência Aberta.
Por fim, os metadados, definidos como informações sobre dados, desempenham um papel decisivo na e-Science, garantindo a busca, o acesso e a reutilização eficientes dos dados de pesquisa. Essa relevância é reconhecida por organizações como a Metadata 2020, que enfatiza o papel dos bibliotecários na promoção de metadados de qualidade, sublinhando a necessidade de integração e colaboração contínua para otimizar a acessibilidade e a gestão da informação científica (Metadata 20, [s.d.]).