Os saberes dos povos originários são complexos, constituídos pelos aspectos mais concretos das necessidades cotidianas e são inseparáveis do contexto social e espiritual da sociedade onde eles são produzidos (Castro; Caires, 2017). O interesse global sobre esta temática tem crescido à medida que são compreendidos os impactos que esses saberes podem gerar na economia, na inovação, na educação e em muitos outros campos, criando bases para a abordagem da etnoconservação (Barbalho et al., 2023). Deste modo, buscar-se-á discutir o acesso aberto aos recursos dos povos tradicionais, especialmente os indígenas, seus os impactos e limitações considerando que, como destaca Flor (2014), eles são permeados por questões que envolvem o respeito as crenças; abrangem a transferência, partilha e reutilização de conhecimentos guiados por uma tradição de hierarquia; alcançam questões éticas, de acatamento a privacidade; sofrem preconceitos e julgamentos de valor por culturas dominantes, dentre outros aspectos relevantes para os quais reflexões se fazem necessárias no sentido de se buscar responder ao seguinte questionamento: deve-se encorajar o acesso aberto aos recursos de conhecimento indígena?