O artigo aborda a interseção entre a gestão de dados de pesquisa e a decolonialidade, destacando como as práticas atuais reproduzem desigualdades e injustiças históricas. O texto argumenta que a falta de consentimento informado e consulta adequada às comunidades marginalizadas sobre o uso de seus dados perpetua dinâmicas de poder desiguais e apropriação cultural. Para superar esses desafios, propõe-se uma abordagem decolonial baseada nos Princípios CARE (Benefício Coletivo, Autoridade para Controlar, Responsabilidade e Ética), que visam promover uma gestão mais ética e inclusiva. A metodologia adotada integra pesquisa descritiva, abordagem socioconstrutivista e revisão de literatura para investigar a aplicação desses princípios. Destaca-se a importância de uma abordagem participativa, envolvendo ativamente as comunidades na definição de protocolos de gestão de dados. A implementação eficaz dos Princípios CARE requer uma mudança cultural e institucional, com o desenvolvimento de diretrizes claras e capacitação dos pesquisadores. O estudo conclui que a adoção dos Princípios CARE oferece uma estrutura para promover uma prática mais ética e justa na gestão de dados de pesquisa. Sendo assim, ressalta a necessidade de um compromisso coletivo para verdadeiramente decolonizar as políticas de gestão de dados e promover uma ciência mais equitativa.