O trabalho busca refletir sobre as desigualdades globais na ciência, principalmente a partir dos desafios de produção e divulgação de pesquisas científicas de países do "Sul Global”. Observando as diferentes barreiras para reconhecimento de pesquisas dessas regiões, o objetivo do trabalho foi evidenciar que a cobrança de altas taxas para processamento de artigos no processo de internacionalização da ciência brasileira, com a concentração do mercado de editoria científica em grandes grupos empresariais internacionais, estimula e reforça as desigualdades globais na ciência. Apesar do destaque do Brasil na produção científica latino-americana, as instituições brasileiras se deparam com inúmeras barreiras, como é o caso da Fiocruz, que busca oferecer apoio financeiro para publicações em acesso aberto como forma de enfrentar esses desafios, já que os dados mostram altos custos por artigo científico e uma preferência por revistas de alto impacto no sistema Qualis-Capes. Sendo assim, um debate sobre a internacionalização da ciência brasileira deve abranger alternativas para superar esses desafios, enfatizando que o acesso aberto a publicação científica não pode promover mais desigualdades globais na ciência.