, CONFOA 2011

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A POLÍTICA DE ACESSO ABERTO À INFORMAÇÃO CIENTÍFICA E SUAS IMPLICAÇÕES NA COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA – RESISTÊNCIAS E RUPTURAS
Ilma Horsth Noronha, Jeorgina Gentil Rodrigues, Cícera Henrique da Silva, Maria Cristina Soares Guimarães

Última alteração: 2011-10-10

Resumo


Ao discutir sobre as implicações do acesso aberto na comunicação científica, evidencia-se a importância do seu reconhecimento e legitimação em favor de uma possível política pública de informação. Conforme Gonzáles de Gómez (2002, p. 2): “A política de informação emerge como tema e domínio relativamente autônomo, em nível nacional e internacional, no cenário pós-guerra, associada às políticas de ciência e tecnologia”. Embora a estratégia de acesso aberto tenha ampliado as possibilidades de divulgação da produção científica, ainda é grande a resistência à mudança. Isto acontece tanto por parte das editoras comerciais, quanto das agências de fomento e dos segmentos mais conservadores da comunidade científica, que insistem na manutenção do modelo tradicional de comunicação científica. Machado (2005), admite que o acesso aberto é uma estratégia de interesse para a comunidade científica. Porém no Brasil, como vimos observando, a resistência dos pesquisadores ainda é grande, pois existem inúmeras barreiras que interferem na adoção do Open Access. Diante deste cenário, o desafio que se coloca para esta pesquisa é aprofundar a reflexão sobre os fatores que contribuem para a restrição de acesso aos resultados das pesquisas desenvolvidas no país. Neste sentido, o objetivo desta pesquisa é identificar o que tem sido considerado como resistências ou barreiras que impedem a ruptura com o modelo tradicional de comunicação científica e a adesão por parte dos pesquisadores brasileiros ao acesso aberto. Desse modo, apesar do reconhecimento por parte de segmentos da comunidade científica acerca dos fatores positivos do acesso aberto permanece a indagação sobre os motivos que justificam a baixa adesão dos pesquisadores a esse modo de publicação. No caso do acesso aberto, a discussão surge a partir do periódico eletrônico. Mueller (2006) reconhece que sem vencer as resistências, sem a legitimação, sem o consenso, por mais inovadora que possa ser nenhuma alternativa terá o apoio da comunidade científica. Para se chegar a algum consenso que conduza o desenvolvimento científico dos países pobres ao estágio do “muito mais” que o potencial inovador do acesso aberto pode favorecer, faz-se necessária a abertura do diálogo e das negociações envolvendo pesquisadores e gestores de ciência e tecnologia e outros atores sociais em torno de um novo contrato social com a ciência. No âmbito da política brasileira de informação em saúde, espera-se que, por esse novo contrato social, seja aprovado o “mandato institucional” que garanta o depósito compulsório de toda a produção científica produzida na Fundação Oswaldo Cruz.


Palavras-chave


Acesso aberto; Legitimidade; Comunidade científica; Informação em Saúde; Política de Informação