A nova dinâmica social, criada a partir da difusão e do fortalecimento das novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) aliadas ao potencial da internet, faz com que as pessoas se conectem em grandes redes ao redor de todo o mundo, buscando a de forma incessante novas informações e conhecimento. Neste contexto, a Educação a Distância (Ead) cresce e ganha cada vez mais espaço como modalidade de ensino, pois dinamiza e facilita o acesso à informação e ao conhecimento, uma vez que pelo próprio computador os sujeitos podem se conectar e aprender coletivamente. Atualmente, a principal ferramenta da EaD no processo de transmissão da informação, do conhecimento e no processo de ensino e aprendizagem são os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA).  Através desta ferramenta os provedores e gestores dos cursos se comunicam com seus alunos. O ambiente mais utilizado no Brasil e no mundo atualmente é o MOODLE, que, em síntese, funciona como um repositório de material educacional no qual os participantes, além de acessar os materiais disponibilizados dentro dos cursos, podem interagir entre si de maneira síncrona e assíncrona. As atividades assíncronas são representadas por ações que acontecem individualmente quando o usuário acessa o repositório de conteúdo educacional e as atividades síncronas são representadas por processos que envolvem grupos de usuários, entre alunos e professores, atuando em conjunto no ambiente digital. A utilização desta ferramenta para um indivíduo normal que tenha conhecimentos básicos no uso do computador pode parecer uma tarefa trivial, no entanto, para uma pessoa com deficiência visual esta tarefa não é das mais simples, pois ela depende que um software específico faça a leitura de todo o conteúdo disposto na página, possibilitando assim que ela compreenda o conteúdo disponível e consiga navegar na plataforma. Para que este processo ocorra, a página em questão deve estar preparada para a utilização desse software que possibilita o uso por parte do deficiente visual. No que tange aos repositórios educacionais, infelizmente a maioria não se encontra adequada para receber os deficientes visuais, ou seja, os softwares leitores de tela utilizados por estes fins não funcionam nestes ambientes. Quando um repositório educacional está preparado para receber além dos usuários comuns os deficientes visuais, diz-se que ele possui acessibilidade. Existem diversos protocolos, iniciativas nacionais e internacionais que desenvolvem diretrizes para garantia de Acessibilidade na Internet. A partir do exposto, este trabalho tem como principal objetivo levantar e analisar as normas e protocolos para garantia de acessibilidade na internet e propor seu uso na implementação de repositórios educacionais, a fim de criar um ambiente acessível amigável para os deficientes visuais. A metodologia utilizada para a construção do trabalho perpassa por uma revisão de literatura sobre os conceitos básicos de sociedade da informação, sociedade da aprendizagem, Educação a Distância e Ambientes Virtuais de Aprendizagem, realização de uma pesquisa em universidades brasileiras sobre o uso de AVAs, análise dos protocolos desenvolvidos pelo World Wide Web Consortium (W3C) para garantia de acessibilidade na internet e por fim uma explanação sobre Digital Accessible Information System (DAISY), que é uma iniciativa importante para a criação de Livros Digitais Falados, que podem ser usados pelos deficientes visuais. Ao final do percurso da pesquisa, os resultados revelaram que atualmente são inúmeras as possibilidades de iniciativas, ferramentas e modelos que podem ser usados para criação de repositórios educacionais acessíveis na internet, no entanto, poucas são as iniciativas desenvolvidas neste sentido. Portanto, conclui-se que é evidente a necessidade do desenvolvimento de pesquisas, projetos, criação de parcerias entre empresas e universidades e mais investimentos nesta área para fomentar o desenvolvimento de uma cultura que favoreça a criação de projetos que visem garantir acessibilidade nos ambientes virtuais de aprendizagem para os portadores de deficiência visual.  Desta maneira a Ciência da Informação, como Ciência Social Aplicada, pode interferir, cumprindo de fato seu papel, deixando o conhecimento acessível para todas as pessoas, independente de sua condição.