Dados podem ser eficientes aliados na elaboração de políticas públicas com qualidade. Ainda assim, a falta de dados qualificados sobre temas como saúde, educação, saneamento básico tem feito com que coletivos reúnam-se para produzi-los no que pode ser denominado como geração cidadã de dados. No caso das informações e dados relacionados com o fenômeno da violência não seria diferente. A crescente sensação de insegurança, a falta de dados qualificados em segurança pública e o desejo de auxiliar em processos de proteção da vida e da propriedade motivaram a criação do Fogo Cruzado e do Maps Crime, entre outros. O objetivo deste trabalho é analisar a geração cidadã de dados por meio da investigação da experiência de dois mapas de crime: o brasileiro Fogo Cruzado e o português Maps Crime. A metodologia utilizada foi a revisão não sistemática de literatura e entrevistas semi-estruturadas com pessoas que atuam ou atuaram na criação e manutenção dos mapas de crime anteriormente citados. Conclui-se, portanto, que a geração cidadã de dados tem potencial para diminuir problemas relativos à falta de dados confiáveis, mas também pode ampliar a participação cívica e de construção coletiva de soluções para problemas sociais complexos.