Conferências Acesso Aberto, 16ª Conferência Lusófona de Ciência Aberta

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Ciência Aberta no Brasil em disputa: um olhar a partir das narrativas da comunidade acadêmica e de gestores de CT&I
Josimara Dias Brumatti, Kizi Mendonça de Araújo, Simone da Rocha Weitzel

Última alteração: 2025-04-15

Resumo


Este trabalho analisa as estratégias adotadas pelo governo brasileiro para a implementação da Ciência Aberta, com foco nos acordos transformativos (ATs), pagamentos de Article Processing Charges (APCs) e na ausência de uma política pública nacional mais ampla e integrada. A justificativa da pesquisa parte do crescente investimento da CAPES em ATs com editoras estrangeiras que, em 2024 ultrapassou U$ 43 milhões, e na manutenção do Portal de Periódicos, em detrimento de ações voltadas ao fortalecimento de infraestruturas nacionais de acesso aberto, como repositórios e periódicos diamante. A metodologia é qualitativa e documental, com análise textual discursiva de quatro textos representativos: três de gestores de CT&I (CAPES e CNPq) e dois da comunidade científica. Os resultados revelam divergências entre as narrativas: os gestores apontam dificuldades estruturais e financeiras para a plena adoção da Ciência Aberta, enquanto a comunidade científica defende sua urgência e viabilidade, propondo políticas integradoras e de baixo custo. O estudo conclui que as estratégias atuais reforçam modelos editoriais caros e excludentes. Propõe-se a criação de um plano nacional multissetorial de Ciência Aberta que fortaleça a soberania científica brasileira, democratize o acesso ao conhecimento e alinhe o país aos princípios internacionais de abertura, equidade e sustentabilidade.


Palavras-chave


Ciência Aberta; Acesso Aberto; Acordos Transformativos; Política Científica e Tecnológica.